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Precisamos falar sobre o Dia das Mulheres

Precisamos parar de reforçar estereótipos de gênero. Então veja aqui um guia para ter real impacto nesse tema dentro da sua empresa de uma maneira profunda e estruturada, muito além do 8 de março.

O Dia Internacional das Mulheres está chegando e já já veremos empresas fazendo uma chuva de e-mails cor de rosa e ações de marketing vazias. Claro que muitas mulheres (e também homens) amam chocolates, gostam de ganhar flores, cuidar das unhas, fazer massagem e etc... Mas não tenho dúvida de que o que todas elas querem mesmo é ganhar 30% a mais no seu salário, ou seja, igual aos homens na mesma posição que elas!

Mas por que fazer algo no dia das mulheres? Existem dois principais motivadores que levam as empresas às compras desesperadas de chocolates:

  1. Todo mundo faz alguma ação, e ninguém quer ficar de fora, afinal o tema diversidade está super na moda.
  2. É um momento que as empresas usam pra reconhecer, valorizar e engajar as funcionárias.
O problema é que muitas empresas parecem que não entenderam muito bem o que esse movimento está tentando dizer e continuam agindo em cima de padrões que estão sendo questionados. Brindes como sonho de valsa, manicure, rosas, esmaltes, e massagens reforçam um estereótipo de gênero que faz a participação das mulheres nas empresas ser diminuída, inferiorizada.
Esses brindes relacionam mulheres à atributos como princesinha, linda, cheirosa, maternal, romântica, amável, doce, fofa... Esses atributos fazem sentido quando a mulher está em um papel onde esse comportamento é valorizado como por exemplo quando é namorada, amante, mãe, irmã, amiga
Dentro de uma empresa os atributos que um funcionário (seja homem ou mulher) espera ouvir quando está sendo elogiado, reconhecido ou valorizado são atributos como corajoso, bem sucedido, poderoso, forte, decidido, rápido, inteligente, líder, comprometido, resiliente e etc.... Características muitas vezes atribuídas ao universo masculino e vistas como socialmente mais importantes e mais poderosas, causando a impressão de uma superioridade masculina.
Os dados mostram que a real problemática é que mulheres ganham menos do que homens, e possuem sempre as menores chances de ocupar cargos de chefias. São excluídas do mercado de trabalho por conta da maternidade, e ficam pra trás na sua carreira. São as principais responsáveis pelo cuidado com os filhos e com o lar, com os pais e parentes adoecidos e na velhice, dos filhos com deficiência. E o pior, são as principais vítimas da violência doméstica, são a maioria das vítimas de abuso sexual, estupro, tráfico humano e etc.... Precisa falar mais? E os estereótipos de gênero reforçam a cultura que causa tudo isso!
Como prefiro dar exemplos ao invés de teorias, e soluções ao invés de problemas, segue aqui um pequeno guia com várias ideias pra incluir sua empresa no movimento de maneira consistente.

 

1) Se inclua como parte da mudança.

O equívoco mais grave que sua empresa pode cometer é subestimar essa questão. Poucas coisas ferem mais uma pessoa do que subestimar ou ignorar seu sofrimento, seu incômodo, sua causa. Vejo muitas empresas que:

a) fingem que essa questão não é um problema dentro da sua empresa,
b) reconhece que o problema existe mas não se vê como parte da solução,
c) participa superficialmente porque acha que outras empresas é que devem liderar o movimento, como empresas focadas em mulheres por exemplo.
A chave aqui é ter uma visão sistêmica: entender que a empresa está dentro de um sistema onde a mulher é um ator importante e relevante pra existência do seu negócio. Fica mais fácil entender que toda empresa deve se incluir como parte da mudança fazendo um exercício: pare um segundo e imagine se todas as mulheres da sua empresa pedissem demissão amanhã?

 

2) Abra o diálogo: é necessário ouvir mais.

Quando a empresa reserva um ambiente, um tempo para dialogar, e incentiva a conversa sobre o tema, ela mostra que está aberta a ouvir, melhorar, e aprender em conjunto com as pessoas. Sem diálogo, qualquer ação fica vazia e pode parecer um "cala a boca". Uma ideia pra dialogar seria fazer uma roda de conversa, seguida de happy hour, como um painel com mulheres de dentro e de fora da empresa.

É possível trazer convidadas como executivas bem sucedidas, empreendedoras, mulheres interessantes pra discutir os desafios da equidade de gênero no brasil. Outro exemplo seria fazer uma pesquisa interna profunda sobre tema, pra ouvir o que o time percebe como crítico dentro da empresa. E claro, discutir os resultados com a equipe, trazendo algum especialista no tema, seja uma nova roda de conversa um numa call ao vivo. Como todas ações relevantes dentro da empresa, é importante que a alta liderança participe, faça perguntas, e se interesse pelo diálogo, seja ela formada por homens ou mulheres.

 

3) Invista $$$$$ nisso.

Tenho falado que existem dois indicadores que mostram quem a empresa realmente é, e um deles diz respeito á onde ela coloca seus investimentos.

Não adianta a empresa se posicionar como uma empresa focada em treinar funcionários e não ter um orçamento significativo para treinamentos, por exemplo. Assim é com qualquer tema, inclusive com diversidade.
Para esse dia:
  • Escolha brindes significativos como itens da loja Heróicas, ou da Rede Asta, o livro Faça Acontecer da Sheryl Sandberg, ou o The Feminist Tea (esse ultimo foi ideia minha aliás).
  • Em tempos de pandemia, chame um especialista no tema e ofereça uma palestra online sobre o tema. E claro, olhe seus dados!!
  • Olhe seus dados, formação e experiência de cada pessoa, comportamentos, avaliações… e faça diminuir o histórico gap salarial de 30% entre homens e mulheres exercendo as mesmas posições. É muito provável que sua empresa precise aumentar o salário de muitas das suas funcionárias mulheres!

 

4) Dê protagonismo pra diversidade.

Uma coisa que aprendi sobre esse tema é que: são os negros que devem falar sobre racismo, os gays sobre homofobia, e as mulheres sofre o machismo sofrido. O discurso perde a legitimidade quando a pessoa que fala não tem a vivência e não sofre as consequências do assunto em questão. E essas pessoas é quem devem estar no palco debaixo do holofote. Existem alguns jeitos de dar protagonismo paras mulheres, negros, gays... Como por exemplo criar um comitê para falar sobre o tema, planejar ações, fazer dinâmicas e programas acerca do tema. Outro exemplo seria fazer videos colocando essas pessoas como protagonista, dizendo como elas derrubam os preconceitos, como veem o tema, ou o que sonham como mundo melhor. Não tenho dúvida que o melhor jeito é dar voz, autonomia, orçamento e poder de decisão paras pessoas que se importam na sua essência e que tem a história marcada pelo tema.

 

5) Equidade de gênero não é assunto para um dia só. Tenha um plano estruturado pro ano inteiro, e que envolva também os homens, e a sua empresa inteira.

Pesquisas mostram que muito ainda precisa ser feito para termos mais diversidade e equidade nas empresas, a boa noticia é que ja existem algumas alternativas de impacto. Como todo projeto dentro de uma empresa serão necessários pesquisas, benchmarks e claro, um plano de ação. Alguns exemplos de ações:

  1. Treinamento pra viés inconscientes para recrutadores e lideres,
  2. Programa de mentoria para mulheres,
  3. Mulheres ocupando cadeiras de decisão no conselho administrativo da empresa.

Envolver os homens na discussão é necessário pra reconhecer e tratar ocorrências de manterrupting ( \ou ominterrupção), bropriating (ou omipropriação), mansplaining (ou omixplicação), gaslighting (ou omipulação). Se você ou sua empresa não sabem o que é isso, é mais um sinal de que esse tema precisa ser mais explorado no seu ambiente de trabalho.

 Um tema como esse impacta a sociedade inteira, e como todos são parte do problema, todos podem fazer parte da solução. Dentro de uma empresa, todo o time precisa ser impactado pela conscientização do problema pra que haja uma mudança de atitude em sua cultura empresarial, por isso é importante que os homens sejam incluídos nessa evolução. Algumas organizações têm feito a diferença com eles, como o Papo de Homem que tem feito ótimas iniciativas pra dialogar com Homens sobre o tema, e a Power Escola de Sustentabilidade que está desenvolvendo uma iniciativa inclusiva pra abordar o tema dentro de empresas.

Mas e se minha cliente ou funcionária quer continuar ganhando rosas e chocolate?

Não faça mesmo assim. Inove, provoque a mudança, traga a inovação, surpreenda mostrando outro caminho. Ford falava que se tivesse escutado seu consumidor ele teria feito cavalos mais rápidos, e não a inovação que foi o carro.

Nos últimos 4 anos tenho ministrado palestras em diversas empresas, como Ifood, Gerdau, Uber, Suzano sobre essa temática, não apenas no mês de março, mas durante o ano todo, e o feedback que recebo desse trabalho é incrível. 

 Escolha sempre o futuro ao invés do brandwash do passado, pois esse futuro vem cheio de opiniões dos seus clientes e funcionários em plataformas como Love Mondays, ReclameAqui, Facebook, Twitter e 99jobs. A era da transparência está chegando.

Lais Trajano 

 

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